Frases e poeminhos


(26/09/2011)

Disfarça direitinho que não tá com o coração apertado. Abre a risada por fora enquanto chora de saudade. Lembra o futuro, esquece o passado, vai sobrevivendo. Como é triste a liberdade do coração aprisionado.


(22/09/2011)

"O médico falava com o olhar rebaixado. A princípio, ela pensou que ele observava seu colar, depois, que lhe apreciava os seios. Mas então percebeu que o doutor não ousava. Não era capaz de encarar o outro. Punha seus olhos matematicamente calculados à altura das omoplatas alheias e assim conservava-se íntegro, sem cumplicidade, sem reconhecimento. Pra se ver no outro é preciso alcançar os olhos."

(22/09/2011)


"Eu adoro quando fica tudo quieto
Folhas em branco desanimadas
A água parada do rio engana
Como o vazio das palavras
Mas o feto está no ventre
Em ensimesmamentos
De nublado horizonte
Gestando..."

(20/09/2011)

"te amo
te odeio
te ignoro
mas, jamais
já não lembro"


"Gosto dos ventos do Nordeste brasileiro. Contínuos e vorazes."

"Quando venta, ou quando chove, ou quando as ondas quebram, quando os pássaros ou as cigarras acordam, percebo que toda a comunicação humana é precária."

"Os sons da Natureza são os únicos que me libertam do constante barulho da incompreensão mundana. Meu raciocínio pára e dá lugar à Suprema engrenagem e seus ruídos."


"Sim, eu gosto do escuro. Sim, eu gosto do silêncio. Mas nem todo o recolhimento me afasta da balbúrdia dos meus pensamentos."

"Quando ela sorria, ele chorava e se de repente ela entristecia, ele se alegrava. O amor era só um fluxo de energia, que alternava. E ela sonhava com o dia em que os sentimentos fossem similares e a recíproca verdadeira."

“Toda vez que alguém me machuca, algo me faz crer que, de alguma forma, eu mereci aquilo, como uma represália, um resultado de minhas próprias ações. Porque não posso crer que, simplesmente, os outros às vezes nos machucam? (...) Muitas vezes, a ofensa aconteceria independentemente de nossa postura. Mas não sei se a religião, ou se até uma pretensão de controle, procura conduzir-nos à idéia de que a dor poderia ter sido evitada se tivéssemos agido de outro modo. Mas, a verdade é que às vezes sentiremos dor. Não admitir que ela é inevitável, mesmo dentro de toda correção possível a nós, é ilusão.”


“Quando uma coisa dói demais no peito, só o mar me alivia. Acho que é por isso que eu choro, a lágrima tem o mesmo sal que tem aquela água bendita. Dentro de cada um, um pouquinho do oceano restaurador em que navega Janaína.”