quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Poeta de FB


Sou poeta da rede social
Mérito nenhum
Não carrego título
Livro nem menção
Não pertenço a selo algum
De brio, nem um filão
Ser lida é minha única paga
Ainda que arbitrária
A contragosto até
Na página das massas
Faço versos no FB
Meus fãs são internautas
Sou poeta sem emblema
Meu lema é um can can
Can can can can can can
Can can can can can can
Vem Paris, Madrid, Milão
Machado, Andrade, Guimarães
Não debochem da ousadia que é minha
Comiseração
Não vale bancar o mico
E tapar olhos e ouvidos
Nem morrer do coração
Sou poeta sem brasão, sim senhor!
Escritora de portão
Podem mesmo rotular meu ofício
De carência ou vício
E até negarem assento de honra
Na Academia
Pois minhas letras eu grito à solta
No mundo virtual
E qualquer semelhança que haja
Com profissional
Que use terno e gravata, é piada
Com a minha cara, não caia!
Não faço plantão madrugada
Na delegacia
Não confunda esta que vos fala
Com doutor de DP
Só pretendo escrever, escrever
Ser poeta de FB

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Seu anjo, agora, também é meu


Ele sussurou no meu ouvido assim
Laralá laralá
Bem baixinho e mesmo assim
Eu consegui ouvir
Lerererelerê
Passou uma brisa de você pra mim
E desabrochou um som
Concluí que esta flor vinha do seu jardim
Tinha forma de violão
E deu fôlego à canção, à melodia
Deu razão ao nosso amor
De parceria
Ele vinha perdido e sem ofício
Balbuciando cifras no vazio
Ele era seu anjo invisível
E se apaixonou por mim, contigo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O MONSTRO

O monstro
...
Me olha de canto
Mas que nada
Nem é tão feio
Caio de boca
Topo de peito
E foda-se o medo
Foda-se o caso
O certo
Pego pelos cabelos
E olho nos olhos
Com fogo, empenho
O monstro
Cresce por dentro
Se eu deixo
Mas se enfrento
Ele míngua
Fica pequeno
O monstro das expectativas
E desassossegos
Monstro marciano e verde
Seu assombro
É minha vitamina.