segunda-feira, 17 de março de 2008

É tudo transparente

Desliza caneta, desliza...
Desenha, inventa, formula
o desenho da idéia que tenho
sem saber ao certo qual é.

Quero ficar em casa,
Quero estar deitada,
Quero sumir.

Mas quem irá segurá-la,
para que se desenhe
o pensamento perdido?

Mas, de que vale o pensamento assim,
se geralmente não vale de nada
e desenhá-lo é como brincadeira?
Brincadeira de charada,
sem motivo nenhum,
sem um motivo que seja.

Almeja desvendar-me, caneta?
Pois que tente!
Preste-me o favor...

Aqui não há nada!
Mas nem barreira há,
Nem amor.

É tudo mesmo sem graça...
Nem de graça, se eu fosse você,
Desperdiçava tempo neste interior.

É tudo transparente...

Parece tão pouco,
que parece mentira,
Mas não mente a minha conduta,
A minha face e as poucas rugas
que surgem sem que eu perceba.

É só isso aí!
Luta pra mitificar o que é puro,
autêntico...
Originalmente sem sal,
nem açúcar,
nem talento.

Só eu e só.

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