domingo, 9 de março de 2008

Linhas certas

Eu só queria as linhas retas desta ficha na minha vida.
A planície comedida em lugar da amplitude
Das curvas sem saída, em círculos.
Eu queria o mar e o céu tal como no horizonte
Sem que fosse mentira distante
- Temos o ilusório, não se tem crédito, só terremoto.
Eu queria os peixes e as algas nas mãos.
Queria tocar a vida, senti-la com sentidos que não do coração.
Às vezes a sinto. É um instante.
Absinto.
Mas é remoto, sucinto.
Quero o comprido, o contínuo.
Arriscar é preciso.

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