Está acontecendo a separação, o desligamento. E com ele o recomeço que eu sempre adio, o desconhecido, que eu afasto, o seguimento das águas, que eu não domino.
Minha ânsia é o poder. O poder de conduzir os fatos, determinar os rumos. Escolher pela minha vontade, as pessoas, os caminhos...
Novamente.
Sonho com a ficção, mas apenas documento meus sentimentos mais terríveis, minhas frustrações, minhas eternas tentativas.
Há em mim uma perseverança que nunca morre. Um apego ao amor que é mais forte que tudo. Mas que não é o verdadeiro amor. É só apego.
É pretensão de domínio.
De domínio da minha vida, de domar minhas insatisfações, de driblar meus desencontros, meus fracassos.
É uma recusa à admissão do fracasso, como se isso pudesse fazer-me sentir vitoriosa.
Mas não faz.
E a vida vem, na minha inércia, desrespeitando minha gana de poder, de domínio sobre os meus passos, derrubando tudo.
Através dos outros, a vida gira comigo.
Porque, dependendo de mim, ela fica estagnada. Ou fingida. Disfarçando o movimento, porque eu o nego, o oprimo, o repudio.
O domínio de meus domínios, de minhas companhias, de meus caminhos.
O domínio que me assegura, mas que é só cenário.
Porque é falso. É de papel. E uma hora ou outra racha, dissolve, passa.
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