quarta-feira, 5 de março de 2008

Quero janelas grandes como portas



Janelas grandes como portas,
Que se abrem pra fora.
Mundo sol, plantas, ares,
Expandem-se aos olhos,
Aos pares, aos montes.
Embora tudo o que por ela entre,
Continue lá fora,
Parece parte do interior.
Janelas que se abrem pro mundo.
Janelas dos olhos: meninas
Que se abrem para o amor.
Janelas altas e baixas.
Janelas de faixas, de frestas.
Aparam as arestas da escuridão.
Irradiam fina sensação
De paz e luminosidade.
Fontes de vida, de verde,
Que ora invadem o ambiente
Pela janela da casa,
Da choupana, da cabana ou construção.
Janelas para debruçar
Os sonhos, as lembranças, os desejos.
Ou os braços, o corpo inteiro.
Janelas para esperar
Quem se ama, quem se profana,
O mundo inteiro.
Às vezes uma parte dele,
Sem significado algum.
Mas que compõem a vista
Da janela, da casa,
Cabana, armação.
E, por isso mesmo, que sejam
Caixas ou lixos,
Praias, mares ou morros,
Barracas, rios ou favela,
São para seus donos significantes
Pois são a vista, são as cores,
Os raios de sol que dela partem
Reciprocamente, de dentro pra fora,
Do mundo pra alma que nela mora,
E da alma pra tudo nela debruçado,
O choro, a lágrima, o riso, a gargalhada,
O aviso, a imaginação.

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