domingo, 16 de março de 2008

Nada dos dois lados

Que frio!
Frio por fora,
corpo todo arrepio.
Que frio!
Frio por dentro,
corpo sedento, todo sombrio.
A temperatura da pele,
tocando a temperatura
do chão.
Chão gelado:
corpo gelado.
Música sem ternura,
tão fria... gelada.
Caminhada sem guia,
tão fria... gelada.
Coração disparado.
Tão claculista,
gelado.
Rosto coberto,
olhos cerrados,
lábios rachados,
mente vazia,
tão fria, gelada...
Mente gelada,
cheia de nada.
Ambiente carregado,
tão frio,
gelado.
Versos arrepiados,
como a pele do corpo,
como a pele do chão.
Versos sombrios,
como a música do silêncio,
como a caminhada sem senso.
Versos gelados,
como o coração disparado,
os olhos cerrados,
os lábios rachados.
Versos simulados,
pela mente cheia de nada
dos dois lados.

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