quarta-feira, 5 de março de 2008

DESESPERO

Eu sei como deve ser.
Sei tudo como é.
E é isso que dói.
Eu tenho vontade de morrer.
Cheia de vícios como sou.
Só morte de herói.
Posso até ouvir o som.
Da navalha rasgando a carne.
Do sangue pingando no chão.
Até vejo o baque
Do corpo caindo morto.
Sem vida, sem alma,
Bah! Que sonho
Louco sonho, louca fuga
Que sorte
Eu nunca fui atendida
Em prece
Nunca fui socorrida
De um desejo, um pedido
Nunca fui querida
Por santo nenhum
Deus, o que foi que eu fiz
Pra que me deixasse assim só?
O que foi de tão grave?
Quantas aves marias
Pagarei até que pare
O isolamento torturante
O vazio do perdão?
Me leva. É o que peço.
Por último de tudo, rezo
Me leve deste vão
Mundo vão
Plano vão
Passo em vão
Como vão os minutos sem inspiração
Como fica a falta de tudo
Mundo vão
Do meu suplico surdo
Fica o grito mudo
Deus, me leve,
Me deixe leve,
Me faça sã.

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