Há quem diga que a paixão
É a emoção do toque, a coisa da carne
Há vezes em que somente é sensação
Mas há vezes em que transcende
A realidade e prescinde do choque
É autossuficiente, não requer nada
A não ser a presença do ser
Que mera e simplesmente
Na sua existência, basta
E tudo ao redor se torna inaudível
Ininteligível, impraticável
Desnecessário, incongruente
Porque faíscas se espalham
E o corpo quer o diálogo
Que verte dos inconscientes
E essa é a magia admirável
O ingrediente, único necessário
Pro encontro cármico de dois seres
Platonicamente apaixonados
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