domingo, 15 de maio de 2011

Antipoesia


Escrevo-lhe a última poesia
E ela é uma antítese
A tudo que rima ou rimou.
É pra falar da sua cor de papel cinza.
De suas emoções à flor da pele,
Talvez um suor gelado pingando
Dos dedos compridos.
Quais os nomes das sensações que eu vi
No seu rosto lívido?
O mundo gira tanto, isso não é bom?
Você em família. Eu, comigo.
Eu com minha companheira de jornada infalível:
A liberdade. - Não pense que ela não é boa amiga!
Estou livre. E tudo pode me acontecer,
Sem medo, sem culpa, sem impedimento.
Mas, de você, eu senti apenas
O quanto pra sempre o conheceria.
Nada mais.
Você é apenas mais um nome próprio
Em poesias antigas.
E, de sua família, não posso dizer feia ou bonita.
Pra mim nada significa.
Esta é a última poesia que lhe faço.
E ela é uma antipoesia.
É sobre o sentimento que já não existe
E sobre outros que persistem,
Bem menos poéticos,
Bem mais passivos e lúcidos
Enfim amenos:
Amigo. 

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