Minhas gargalhadas continuam. Mas a essência do meu ser volta a ser água. Sinto-me uma ilha ao avesso. Mergulhada no choro, isolada do mundo. Não acho que as coisas sejam capazes de regressar ao que eram antes desta dor. Desta solidão. Mas, se esta solidão sempre esteve aí de alguma forma, não terei eu apenas constatado a dor? Algo se quebrou em mim. Sou só. Não há como remediar esta dor. Este cristal espatifado em mil e quinhentos cacos. Colados como num quebra-cabeça, tem aparência de intactos. Mas não servem pra nada. Não suportam o movimento pinçado dos dedos e nem o conteúdo líquido dentro. Solidão. Conseqüência e causa de uma dor que não passa. Que depois de instalada, não acaba. Nunca mais.
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