Seu sorriso largo, de gengiva à mostra. Sua risada em momentos impróprios ou de coisas que a gente normalmente não riria. Seus cabelos finos, de duas cores, que você põe bobs quentes aos domingos, pra encheiar. Suas mãos bonitas, de dedos compridos, artísticos... suas unhas largas, quase sem cutícula.Suas cochas grossas de pele branca. Suas canelas finas a contrastar. O queixo anguloso, os olhos brilhosos, de pretos cílios. Seu jeito de cantar: agudos para o alto! Sua alma entusiasmada de melodias. Seu organismo frágil, sua cabeça que dói, seus dedos que tocam ligeiros as cordas da viola. Sua autoridade intimidante. Sua atividade constante. Sua entrega à família, ao trabalho, a Deus. Sua comida... O cheiro das suas gavetas. Sua voz grave de amanhecer. Sua pele fininha. Sua autenticidade, sua simpatia, sua simplicidade que cativa, seu calor que incentiva, sua vidência de mãe. Sua direção irrepreensível, seu andar devagarinho, seu toque raro, que te valoriza. Suas escolas, seus alunos, suas aulas, suas mestras, suas festas. Suas roupas de ficar em casa, suas novelas. Sua sonequinha da tarde nos braços do seu homem, meu pai. Seu ventre, seu semblante, seu colo: berço e oásis de vales e montanhas, de nuvens brancas e tempestades. Sua coragem e força de acreditar: nela adormeço envolta como nos charutos da infância, sua criança. Prossiga.
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