Um sonho em que não se acredita
Às vezes vinga, mas jamais torna
A ser bonito como a cobiça fora de hora
De um doce, por uma criança
Pedras e areia sob os sapatos
Pés doloridos de escalada
Arcos pendurados sobre a cabeça
E meninos escondidos sob togas
Pretas da maturidade que brota
Entre as paredes da universidade
Olho o horizonte e vejo casas
Que se sobrepõem nos morros
Umas sobre as outras, em alvoroço
E um laranja que se deita sobre azuis
Tão insossos quanto o gosto
Da língua cortada de fiapos
Pelas frutas típicas penduradas
Nas árvores pequenas à beira da estrada
Continuo olhando a imagem sem tocá-la
Como atrás de uma lente fotográfica
Como o doce por detrás da vidraça
No bar da infância recriada
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