segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bicho estranho


Um ser exótico, tentáculos na cabeça
Extensa como uma arraia
As nadadeiras abertas
Sou um bicho de praia
O sol no pensamento
Só barulho de mar, já me recompensa
Uma criatura exótica, olhando por fora
Quanto mais por dentro
Caraminholas “de la liberté” cavucando terreno
Que não é terra firme, mas areia
Muda com o vento, está vivo
Mas nada é mais surpreendente que uma duna
Imponente, resplandecente
Mudo de lugar e minha juba baila e gira
Como um girassol
Minha sobrinha mira, com sua ainda meia-vista
E me identifica pelo aparato ao redor
Dourado nas beiradas
Um bicho exótico
De caraminholas expostas
E índole eminentemente solar
“Estoy aquí”
Mas não falo francês, nem castelhano
Como um bicho estranho que se preze
Falo meu próprio idioma.

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