Falta-me o sentimento ameno, aquilo que se desenvolve ou se esvai aos poucos.
Falta-me a pouca fé nas promessas alheias.
Sobra-me a intensidade, a confiança, o cultivo do agora e das expectativas a perder de vista.
Sobra-me a crença no merecimento do encontro, a crença em estar finalmente liberta da procura.
Sobra-me o rastro das tentativas sem êxito.
Falta-me o apuro, a perspicácia, o vagar da construção tijolo a tijolo.
Sobra-me a desilusão do caminho em torno, sem muro de proteção, sem arrimo.
Quando sinto dor, de nada adiantam as palavras.
Nada pode dizer mais que o breu da falta. Que as cenas destorcidas pelo desfecho tortuoso da perda.
Ainda mais quando sobra.
Quando ainda há em ti o que no outro acaba, sempre sobra.
E falta.
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