quinta-feira, 23 de julho de 2009

Minha flor.

(Danilo Lopes Almeida)

Não sou flor. Nunca quis ser uma. Vivo para os outros. E preciso do toque. Do beijo. Do abraço. Do cheiro. Do contato. Sou gente. Sou mulher. Sou quente. E, mesmo triste, carente. Eternamente carente do outro. Do abraço.Da compreensão. Do diálogo. Da cooperação. Da aprovação. Sou humana. E penso. E desejo. E quero. E toco. Meu alcance é o toque. Este é o meu foco. É o que me redime a mim mesma. A pele que me veste, maior "órgão" de meu corpo, também é o que me governa. Não é o coração que me rege. Mas a pele que o ordena. E é assim. Não sou flor. "As flores vivem pra si. E pros passarinhos. E pro vento." Eu vivo pra ti. E pro amor mais platônico, ou mais imediato. Pro contato mais tímido, ou mais acalorado. Gosto de sussurros. E carícias. De segredos, promessas e súplicas. Não sou flor. Sou artista.

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