sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vive como escreve

Quanta bobagem
Não pensa
Vive como escreve
Sem vírgulas
Só muda as fases de linha
Como muda as frases
E de palavras quaisquer
Faze um verso
Um poema
Um universo paralelo
Uma passagem secreta
Um esconderijo
Caminha como quem canta
Esquece as verdades
Desliza
Patina sobre o gelo
Nada é tão seco que jamais escorregue
Não se atenha aos erros
São teus companheiros
Vive como escreve
Beija como quem navega o abstrato
Ou caminha sobre a água
Não esquenta
Se houver voltas estranhas
Em sequencia
Escreve como quem ama
E vive sem planos
Deixa estar
O poema mais belo
Como a vida
Também não se decifra

Nenhum comentário:

Postar um comentário