terça-feira, 6 de setembro de 2011

Perfume de pai

Fragrância de pasta de barbear
O escuro do amanhã nos meus pensamentos perdidos
A infância irrigava minha barriga prenha
E já me faltava o que eu ainda tinha
E o ar impregnado tinha o cheiro adocicado
De meu pai fazendo a barba às quatro da madrugada
Enquanto isso eu pensava o que seria
Depois de tornar-me arcabouço de outra vida
Pra trás ficava o rumor do aquecedor aberto
Enquanto a espuma deslizava n’água
A pele de meu pai ressurgia, jamais tão clara
Depois daquele dia em que nasceu em mim
Essa nostalgia do que ainda estava
Num perfume de barbear, que era madrugada

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