segunda-feira, 18 de julho de 2011

voava o amor como um pássaro


tudo era amor naquele momento e desde o primeiro momento porque a alma reconheceu-se e a alma não tem traços fixos mas contornos indefinidos flexíveis e o amor tem nomes variados muitos nomes e faces e se entristece quando sob pseudônimos vem e vai sem ser notado mas naquele dia e nos subseqüentes a mulher já sabia que a doçura contida em pequenos gestos e entre as ondas de pensamentos e sentimentos enredados em harmonia afinidade e companhia e entre dedos que se tocavam com calor e carinho o que se revelava era tão somente AMOR mas tinha o nome de ternura de doçura de laço cármico o amor naquele caso podia chamar-se amizade mas quis ser mais e foi e voou pra mais longe como um pássaro preto à beira do Amazonas e seu piado no silêncio um som mágico a alastrar-se por dentro das almas e a apertá-los com um laço indelével e perpétuo um laço trágico e eterno porque naquele caso o amor tinha tantos nomes e não se iria com o tempo nem com nada nele havia imagem canto poesia havia uma cena de filme compartilhada e o encontro inebriante de um passado contido pra sempre naquele pássaro que quase o atropelou mas depois veio alojar-se nos cabelos dela de onde ele respirou extasiado o reencontro consigo mesmo à margem do próprio espírito no dela unido num instante mágico

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