Não quero saber mais de palavras
Dessas usadas e escolhidas
Com esmero, após várias tentativas,
Com a intenção única de compor um verso,
De encaixar-se perfeitamente numa rima.
Quero as palavras controversas
E também as palavras simples,
Até mesmo as palavras mais usadas
Na linguagem do dia-a-dia.
Não quero palavras que só rimam,
Ou enfeitam ou combinam
Com outras já pensadas e apostas
Numa estrofe integralmente planejada
E trabalhada pela métrica, pela regra.
Quero as palavras cheias,
E as palavras ambíguas.
As palavras que se calam
Quando a balbúrdia domina.
Não me importo com palavras que badalam
Tinindo alto nos ouvidos, como um sino.
Quero as palavras que me tocam
E que se completam não com som
Mas com sentido.
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