segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tudo e pouco


Tudo
muito
sobra
e ainda
dá qui, o mundo
voltas
e afloram
curvas, folhas, horas
dá cá páginas em branco
assunto
e coisas que não cabem
frutos
gotas
sumos
e beiradas de areia e granizo
muros e degraus de vidro
entra, senta, fica
toma um café
e então
pega chapéu
cajado, vida
e parte
com seu riso
névoa, rastro
premia-me com o vazio
o silêncio
o infinito
pouco
é o preciso.  

Um comentário:

  1. Esse jeito de escrever traz um jeito todo especial de receber os sons, uma cadência gostosa, enigmática, sei lá. Adorei.

    ResponderExcluir