quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mensagem

Meu amor, meu alento. Ah, como estou carente do teu tempo, do teu laço premido em meu ser, por fora e por dentro, com a doce constância do bem querer e a terna insistência do suceder dos segundos. Meu mundo é novo e, inteiro, é você.
Não quero desaprender a ser só, mas como é fácil esquecer! Enredada em teus braços, seguida por teu passo, sigo sem prever os buracos ou os percalços. Esqueço como se já não soubesse, como se o novo, de tão novo, o velho fenecesse.
Mas sem resquício algum, o que é mofo, desaparece. Com a esperança dos primórdios tempos de uma vida e o despreparo da iniciativa. Único rastro é uma vaga lembrança, como os cheiros de quando se é criança, que rondam de vez em quando, com alternância e, em segredo, momentaneamente.
É quando o terror me toma a mente, com os horrores e a fumaça do breu. Com os odores do desassossego de outrora. Mas é só memória, é só o infortúnio da inglória caminhada. É só a carência de você de braço dado com o medo de perder-te.

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