Quis afogar meu ser,
Meu liberto ser,
Em regras que em nada garantem,
Para, assim,poder seguir certa,
De que minha parte
Estava feita.
E, se mesmo assim,
Existisse o erro,
Este seria por azar,
Infortúnio, desmerecimento.
Mas a regra não me protege.
Assim como não me protege o medo.
Nem a culpa.
O que aconteceu com meus sonhos de criança?
Com os grandes sonhos
Que eu deveria ter?
Conhecer a Índia
Antes que a novela da moda
Trouxesse essa moda à baila?
Viajar o mundo,
Mergulhar nas praias, mais lindas,
Nos mares mais fundos.
Escrever livros, ser reconhecida,
Admirada?
Viajar mundo afora
E, ao mesmo tempo, poder escolher recolhida,
A minha morada?
O sonho de ser resplandecente,
De ser lembrada.
De ver o sol nascendo
Na madrugada,
Sem hora para nada.
Ter amores, tantos...
(Talvez este sonho eu persiga)...
Por que, afinal,
Queria eu o compromisso
Com alguém
Apenas para distanciar-me
Do romantismo que despertam as paixões?
E que às vezes dói?
Meu sonho de falar
Tantas línguas,
De ser linda, De ser lida...
E de ser eu mesma
Com a vida
Que eu escolhi! E que vivo...
Como vivi,
De cara limpa,
E feliz?
Por que a moral
Faz dos homens
Um todo igual
E impede que haja neles
A realização?
O que houve comigo?
A voz de meu coração
Abafada
Pelos zunidos,
Pelos princípios,
Dos quais não preciso,
Não partilho...?
Sim, porque, sou eu,
Um ser livre
De empecilho
Para a felicidade,
Que me aproxima
E invade sempre que arde
A paixão.
Por mais que doa,
Por mais que voe,
Por mais que seja
Constante ou instante,
Tanto faz.
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