quinta-feira, 28 de maio de 2009

Regras

Quis afogar meu ser,
Meu liberto ser,
Em regras que em nada garantem,
Para, assim,poder seguir certa,
De que minha parte
Estava feita.
E, se mesmo assim,
Existisse o erro,
Este seria por azar,
Infortúnio, desmerecimento.
Mas a regra não me protege.
Assim como não me protege o medo.
Nem a culpa.
O que aconteceu com meus sonhos de criança?
Com os grandes sonhos
Que eu deveria ter?
Conhecer a Índia
Antes que a novela da moda
Trouxesse essa moda à baila?
Viajar o mundo,
Mergulhar nas praias, mais lindas,
Nos mares mais fundos.
Escrever livros, ser reconhecida,
Admirada?
Viajar mundo afora
E, ao mesmo tempo, poder escolher recolhida,
A minha morada?
O sonho de ser resplandecente,
De ser lembrada.
De ver o sol nascendo
Na madrugada,
Sem hora para nada.
Ter amores, tantos...
(Talvez este sonho eu persiga)...
Por que, afinal,
Queria eu o compromisso
Com alguém
Apenas para distanciar-me
Do romantismo que despertam as paixões?
E que às vezes dói?
Meu sonho de falar
Tantas línguas,
De ser linda, De ser lida...
E de ser eu mesma
Com a vida
Que eu escolhi! E que vivo...
Como vivi,
De cara limpa,
E feliz?
Por que a moral
Faz dos homens
Um todo igual
E impede que haja neles
A realização?
O que houve comigo?
A voz de meu coração
Abafada
Pelos zunidos,
Pelos princípios,
Dos quais não preciso,
Não partilho...?
Sim, porque, sou eu,
Um ser livre
De empecilho
Para a felicidade,
Que me aproxima
E invade sempre que arde
A paixão.
Por mais que doa,
Por mais que voe,
Por mais que seja
Constante ou instante,
Tanto faz.

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