quinta-feira, 28 de maio de 2009

No sono

Vi em seus olhos
Uma doçura tão boa
Que há tempos não via.
E, em sua boca,
A mesma doçura,
A mesma magia
De quem está encantado
Ou delira.

Na entrega do sono,
Unimo-nos ternos,
Companheiros,
Já sem malícia.
Ou com a malícia bela
Dos cavaleiros e das damas
Antigos.

Foi romântico,
Autêntico, inocente, denso.
Foi um momento,
Uma noite.
Um abraço, um toque,
Um manto de pele
No frio cinzento.

Tomara, moreno,
Que guardes contigo
O presente que me destes.
De ter-me em seus braços
Totalmente entregue,
Dormente.

Tomara que o desejo premente
Por baixo do agasalho
Que calados fizemos,
Seja pra ti a mais doce malícia
A inesquecível delícia,
De tocar, sem tomar,
De emocionar-se com o latente.

Tomara, moreno,
Que meu rosto, meu calor,
Minha pele,
Meu odor
Não se apaguem da sua mente.
Nem de seu corpo,
O desenho do meu,
Dormente.

Apesar da doçura,
Da ternura:
Eu e você,
Ardentes.

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