Quis afogar meu ser,
Meu liberto ser,
Em regras que em nada garantem,
Para, assim,poder seguir certa,
De que minha parte
Estava feita.
E, se mesmo assim,
Existisse o erro,
Este seria por azar,
Infortúnio, desmerecimento.
Mas a regra não me protege.
Assim como não me protege o medo.
Nem a culpa.
O que aconteceu com meus sonhos de criança?
Com os grandes sonhos
Que eu deveria ter?
Conhecer a Índia
Antes que a novela da moda
Trouxesse essa moda à baila?
Viajar o mundo,
Mergulhar nas praias, mais lindas,
Nos mares mais fundos.
Escrever livros, ser reconhecida,
Admirada?
Viajar mundo afora
E, ao mesmo tempo, poder escolher recolhida,
A minha morada?
O sonho de ser resplandecente,
De ser lembrada.
De ver o sol nascendo
Na madrugada,
Sem hora para nada.
Ter amores, tantos...
(Talvez este sonho eu persiga)...
Por que, afinal,
Queria eu o compromisso
Com alguém
Apenas para distanciar-me
Do romantismo que despertam as paixões?
E que às vezes dói?
Meu sonho de falar
Tantas línguas,
De ser linda, De ser lida...
E de ser eu mesma
Com a vida
Que eu escolhi! E que vivo...
Como vivi,
De cara limpa,
E feliz?
Por que a moral
Faz dos homens
Um todo igual
E impede que haja neles
A realização?
O que houve comigo?
A voz de meu coração
Abafada
Pelos zunidos,
Pelos princípios,
Dos quais não preciso,
Não partilho...?
Sim, porque, sou eu,
Um ser livre
De empecilho
Para a felicidade,
Que me aproxima
E invade sempre que arde
A paixão.
Por mais que doa,
Por mais que voe,
Por mais que seja
Constante ou instante,
Tanto faz.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
No sono
Vi em seus olhos
Uma doçura tão boa
Que há tempos não via.
E, em sua boca,
A mesma doçura,
A mesma magia
De quem está encantado
Ou delira.
Na entrega do sono,
Unimo-nos ternos,
Companheiros,
Já sem malícia.
Ou com a malícia bela
Dos cavaleiros e das damas
Antigos.
Foi romântico,
Autêntico, inocente, denso.
Foi um momento,
Uma noite.
Um abraço, um toque,
Um manto de pele
No frio cinzento.
Tomara, moreno,
Que guardes contigo
O presente que me destes.
De ter-me em seus braços
Totalmente entregue,
Dormente.
Tomara que o desejo premente
Por baixo do agasalho
Que calados fizemos,
Seja pra ti a mais doce malícia
A inesquecível delícia,
De tocar, sem tomar,
De emocionar-se com o latente.
Tomara, moreno,
Que meu rosto, meu calor,
Minha pele,
Meu odor
Não se apaguem da sua mente.
Nem de seu corpo,
O desenho do meu,
Dormente.
Apesar da doçura,
Da ternura:
Eu e você,
Ardentes.
Uma doçura tão boa
Que há tempos não via.
E, em sua boca,
A mesma doçura,
A mesma magia
De quem está encantado
Ou delira.
Na entrega do sono,
Unimo-nos ternos,
Companheiros,
Já sem malícia.
Ou com a malícia bela
Dos cavaleiros e das damas
Antigos.
Foi romântico,
Autêntico, inocente, denso.
Foi um momento,
Uma noite.
Um abraço, um toque,
Um manto de pele
No frio cinzento.
Tomara, moreno,
Que guardes contigo
O presente que me destes.
De ter-me em seus braços
Totalmente entregue,
Dormente.
Tomara que o desejo premente
Por baixo do agasalho
Que calados fizemos,
Seja pra ti a mais doce malícia
A inesquecível delícia,
De tocar, sem tomar,
De emocionar-se com o latente.
Tomara, moreno,
Que meu rosto, meu calor,
Minha pele,
Meu odor
Não se apaguem da sua mente.
Nem de seu corpo,
O desenho do meu,
Dormente.
Apesar da doçura,
Da ternura:
Eu e você,
Ardentes.
Sobre o que falar
Não sei sobre o que quero escrever
Se sobre a capacidade de amar
Que certas pessoas não têm
Ou sobre o destino,
O Mistério da vida,
O poder de deixar que a vida aja,
Adaptando-se às curvas
Não planejadas da estrada.
Ou se sobre os beijos
E seus formatos
E gostos
Variados.
Não sei se quero falar sobre as cores
Ou sobre os sons.
Se quero dizer sobre o certo e o errado
Que talvez não existam.
(Eu acho que sim).
Ou se sobre os acasos,
O omisso,
Aquilo que, escondido,
É o que somos,
Mas não precisa ser revelado.
Todos têm seus segredos.
Seus mistérios.
Não sei se quero falar
Sobre o tempo,
Que não é linear,
Mas redondo.
Um globo, como o terrestre.
Sim...
E, às vezes, buscamos a resposta
No passado,
Quando ela está no futuro
Que já acontece
Num outro plano.
O futuro que, por vezes,
Vislumbramos em sonho,
Numa viagem.
Não sei se quero dizer
O quão carente
É o ser humano.
Pobre ser
Humano.
Que precisa tanto
Um dos outros
E de si.
Ou se quero falar
Da moral ou da religião
Que dividem, isolam,
Rotulam.
O ser humano é pensante por si.
É a sua teoria
Que importa.
A experiência, a percepção.
Não sei se quero dizer
Que as idéias mudam
E permanecem
Sem avisar se ficam, ou se vão,
Ou se voltam...
Ou se quero falar
Do toque,
Do desejo, da carne,
Da fraca carne
De que o ser humano,
Carente,
Mutante,
É feito.
Do quão magnífico
É o desejo,
É a troca...
Como fazemos nossos momentos,
Inesquecíveis momentos
Que nos tocam
Para sempre.
Não sei se quero dizer
Dos planos vãos
Ou da adaptação
Que a gente deve ter
À vida,
Para ser o que é
E cumprir a missão
De todos:
Ser feliz apenas
E sobreviver.
A tudo. Às ventanias,
Ao pudor,
À hipocrisia,
Ao concreto,
À dor.
À falta de amor,
À moral dos homens,
À solidão, à distância,
Ao apelo das paixões,
Ao coração humano que,
À medida que isola,
Morre.
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