terça-feira, 8 de abril de 2008
Vazio
Algúem,
me escute daí de onde está.
Alguém,
me responda de uma forma qualquer.
Alguém,
dentro de mim ou fora.
Alguém,
pra estar sempre sem ir embora.
Alguém,
pra tocar sem demora.
Alguém,
pra inventar e ser.
Alguém,
escuta meu chamado,
alto, daqui de baixo,
um brado de sussurro,
mudo de palavras,
surdo de gritar
no eco, no escuro...
Alguém,
que diabo há!?
que quem deveria estar não está
e quem já foi não quer voltar
sequer pra me buscar.
Eco...
Alguém
pra despertar sedução,
do tipo que houv,er (será?),
pra vida ou pro delírio.
Bedita alucinaçao!
Alguém
pro coração acompanhar,
no compasso, ritmo, tudo.
Alguém no mundo
pra esquentar a primavera de outubro
e a carência do blusão
fofo, de lã tenra
e bordados a mão...
Alguém pra servir de roupa,
de textura mais lisa
com cheiro de xerém
e finura de maizena...
Alguém
pra ajustar a silhueta
cheia de carência...
cheia de lã, coberta, paciência...
cheia de esperar por alguém.
Alguém?
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