terça-feira, 8 de abril de 2008

Sol

Numa estrada...
Sobre um painel abandonado,
O Sol, tenente grotesco,
Aquece corpos indiferentes
De cérebros isolados.
A paisagem comovente
Já não causa mais efeito
Sobre as cabeças ardentes
E as mentes cerradas de defeitos.
O Sol quente, ardido,
Sobre os cérebros ferventes
Já não aquece os feridos
Corações eloqüentes.
O solo rachando, sedento,
Os corpos largados,
Sem o consolo sequer do relento,
Ou dos ventos apavorados.
O Sol, quente, fervendo
Sobre os corações eloqüentes,
Como um machado que não fere, não parte,
Como erosão no solo rachado,
Que abre uma fenda no solo sagrado
Dos corações eloqüentes,
De cérebros dementes
E corpos abandonados.

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