segunda-feira, 23 de junho de 2014

Corpo aberto

Se você tem o corpo aberto
Deve saber
Às vezes é melhor ficar quieto
Em silêncio
Às vezes é preciso fechar as portas
Passar concreto
Nas rachaduras
E ficar
Consigo mesmo e mais ninguém
À espreita
De interferência nenhuma.

Mas será possível?
Se o outro me atravessa
Me alcançam, seus pensamentos
Se sua língua me lambe as orelhas
De palavras meigas.
Saliva doce
Em minha boca seca
Enlaça-me o pescoço
De desejo.
Tira-me, o ar
Por longe que esteja.

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