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Mutila-nos a consciência, essa coisa que nos impele a ser semideuses, apesar do corpo, da dor e de todas as nossas fraquezas. E sofre o espírito com a razão.
Que atrocidade esperar que paixão como essa acabe! É como deixar de regar uma planta viçosa e ampla.
Abdicar do que nos volta um pouco para o alto, nos aproxima do divino, da maravilha da onisciência, da onipresença, do amor sem condições, é uma aberração, uma autoviolência. Sufocar esse sentimento que quase nos afoga é como desfazer-se de um membro ou um sentido.
Mas quão livre seríamos sem os grilhões das convenções? Suportaríamos andar donos exclusivos de nossos destinos?
Responsáveis irrenunciáveis da nossa própria felicidade?
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