segunda-feira, 7 de abril de 2014

Não pode

Como pode que às vezes eu ame
Só às vezes
E outras vezes despreze
Abomine, ignore
Pense

Como pode que às vezes eu clame
Por ti, indefesa?
Que às vezes eu queira sua pele
Sua incandescência
Indecente

Como pode
Meu anjo-demônio
Esta surpresa a cada instante
Nada/nunca
O mesmo

Como pode, meu amor
Depois de haver tirado minha paz e certeza
E feito de mim um tapete
Que ainda eu queira
Às vezes

O sabor da tua língua
A tua veia na minha
A tua teia???

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