segunda-feira, 7 de abril de 2014

ausência

talvez eu volte a escrever em papel
talvez eu volte a ser quem eu era
quem sabe, meu bem, eu consiga
ignorar o trajeto, as músicas deste novo tempo
e tornar-me outra
ou a mesma. Quem sabe?
tantas vezes ele quis ir
tantas vezes o medo ficar
e a preguiça de enfrentar
de viver
quantas vezes sem fim
veio e deitou-se na soleira da porta
vestida do pesadelo
de sentir-se só???

quem me vê falar acredita que eu tenho medo
que eu temo ser só

não conhece a verdade desta alma eremita e livre
independente e só



apesar disto, tenho, sim, medo
mas ele faz parte de ser inteira
indivisível

meu Deus olhe pra mim
ponha seus olhos sobre este velho caderno
e rédeas neste temperamento diabólico que Te enfrenta
e questiona a Tua vontade
a Tua existência
e ainda teme o que é tão menor

a ausência
só a ausência.

L.G.

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