segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eu pensei que o amor era tudo.


Eu achei que amor era andar junto.
Dei a mão e fui.
Mas depois de um tempo doía
Entre os dedos e nas juntas,
Saltava uma veia na testa
E entupia uma artéria.
Eu pensava que o amor era tudo
Até que não tinha mais nada.
A dispensa estava vazia
A casa abandonada.
A poeira, os livros cobria,
E o telefone vinha mudo.
Eu considerei o amor
Um ente superior,
Uma membrana bem fina,
Uma criança tão frágil.
Eu tratei do amor
Como quem rega uma planta
Todo dia, sem cessar,
Até que a terra encharca.
Mas o amor não era nada
Daquilo que eu cogitara.
Era só um dia de sonho,
Uma cor suave,
Uma risada.
O amor não era de levar,
Sequer deter entre os dedos,
Então larguei mão e o deixei
Solto, ao sabor do vento.
E pra trás também ficou
O que era dor,
O que era medo.
E só então descobri:
Que o amor não era nada.
Só uma nuvem branca
Que vai. Que volta.
Que passa.

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