Caminho...
O horizonte lá longe
E o inconsciente sobrevoando, como um pensamento monge,
E um nevoeiro cobrindo distante
As pegadas de um passado relutante.
Sozinha... A lucidez insensata
Persegue-me insatisfeita,
Como poeira trágica,
Tão vã e lunática,
Tão ampla, vaga e imperfeita.
Caminho, sozinha...
O universo abrangente
Limitou-me, fez-me gente,
Cheia de conceitos, cheia de entes,
Omitindo na escuridão
O mistério desta vastidão.
Sozinha, caminho...
Mas sinto meu pulso e,
Apesar do silêncio,
Sinto meus contatos sem senso,
Captados por um radar
Fora de ordem, fora do ar...
terça-feira, 8 de abril de 2008
Sol
Numa estrada...
Sobre um painel abandonado,
O Sol, tenente grotesco,
Aquece corpos indiferentes
De cérebros isolados.
A paisagem comovente
Já não causa mais efeito
Sobre as cabeças ardentes
E as mentes cerradas de defeitos.
O Sol quente, ardido,
Sobre os cérebros ferventes
Já não aquece os feridos
Corações eloqüentes.
O solo rachando, sedento,
Os corpos largados,
Sem o consolo sequer do relento,
Ou dos ventos apavorados.
O Sol, quente, fervendo
Sobre os corações eloqüentes,
Como um machado que não fere, não parte,
Como erosão no solo rachado,
Que abre uma fenda no solo sagrado
Dos corações eloqüentes,
De cérebros dementes
E corpos abandonados.
Sobre um painel abandonado,
O Sol, tenente grotesco,
Aquece corpos indiferentes
De cérebros isolados.
A paisagem comovente
Já não causa mais efeito
Sobre as cabeças ardentes
E as mentes cerradas de defeitos.
O Sol quente, ardido,
Sobre os cérebros ferventes
Já não aquece os feridos
Corações eloqüentes.
O solo rachando, sedento,
Os corpos largados,
Sem o consolo sequer do relento,
Ou dos ventos apavorados.
O Sol, quente, fervendo
Sobre os corações eloqüentes,
Como um machado que não fere, não parte,
Como erosão no solo rachado,
Que abre uma fenda no solo sagrado
Dos corações eloqüentes,
De cérebros dementes
E corpos abandonados.
Alameda da Vitória
Subindo a ladeira...
Firme, sóbria, ditadora.
É manhã sem sol,
Sem nuvem.
Manhã de luz da lua,
Que esqueceu de fugir.
A noite foi tão linda...
Ela não quis partir.
É manhã, e o sol tirou descanso,
Deixando em seu lugar,
A mansidão de um luar,
Mais claro que o dia.
Pura magia:
Céu azul como os olhos de Jesus,
Pintados num quadro,
Pendurado em algum canto,
Pregado em algum lugar.
Olho pela janela,
Pura e bela,
Menos autoritária
Que a ladeira ríspida, árida...
Ântonimo de dor,
Sinônimo de firmeza,
Homônimo da realidade,
Fenômeno do amor.
Lua que esqueceu de fugir,
Já é dia, e nem o sol brilha tão ardido
E cobre os corpos dormidos
Como os raios mornos
Que penetram como arco-íris colorido
Nos meus olhos...
Fartos de perigo,
Carentes de ombro amigo
E de cicatrizes pras feridas antigas
Marcadas no coração.
Firme, sóbria, ditadora.
É manhã sem sol,
Sem nuvem.
Manhã de luz da lua,
Que esqueceu de fugir.
A noite foi tão linda...
Ela não quis partir.
É manhã, e o sol tirou descanso,
Deixando em seu lugar,
A mansidão de um luar,
Mais claro que o dia.
Pura magia:
Céu azul como os olhos de Jesus,
Pintados num quadro,
Pendurado em algum canto,
Pregado em algum lugar.
Olho pela janela,
Pura e bela,
Menos autoritária
Que a ladeira ríspida, árida...
Ântonimo de dor,
Sinônimo de firmeza,
Homônimo da realidade,
Fenômeno do amor.
Lua que esqueceu de fugir,
Já é dia, e nem o sol brilha tão ardido
E cobre os corpos dormidos
Como os raios mornos
Que penetram como arco-íris colorido
Nos meus olhos...
Fartos de perigo,
Carentes de ombro amigo
E de cicatrizes pras feridas antigas
Marcadas no coração.
Rosas desesperadas
Têm tantas coisas boas. Tantas...
Eu vivi todas elas...
Acho que as lembranças fazem-me perdida em campos de rosas amarelas, desesperadas...
Soam as alianças do passado, tilintando como pessoas, que passeiam desencontradas.
Tenho a vida, pra que viver?
Tenho o passado, pra que esquecer?
Tenho a esperança, mais que doçura, alicerce pra eu estar aqui.
Tenho mansas arquiteturas, projetos de sonho, (que às vezes vivo). Tão medonhos, intensos, concisos...
Têm tantas alegrias... Tão poucas pessoas...
Os homens da minha vida e nossas boas horas.
Tenho o amor e a paixão, hoje conhecidas.
Para cada uma, um.
Para cada um, um lugar.
Para o amor, um nome.
Devoção quase...
Que some se houver razão:
WAGNER
Eu vivi todas elas...
Acho que as lembranças fazem-me perdida em campos de rosas amarelas, desesperadas...
Soam as alianças do passado, tilintando como pessoas, que passeiam desencontradas.
Tenho a vida, pra que viver?
Tenho o passado, pra que esquecer?
Tenho a esperança, mais que doçura, alicerce pra eu estar aqui.
Tenho mansas arquiteturas, projetos de sonho, (que às vezes vivo). Tão medonhos, intensos, concisos...
Têm tantas alegrias... Tão poucas pessoas...
Os homens da minha vida e nossas boas horas.
Tenho o amor e a paixão, hoje conhecidas.
Para cada uma, um.
Para cada um, um lugar.
Para o amor, um nome.
Devoção quase...
Que some se houver razão:
WAGNER
Labirinto
Quando penso em tudo o que quero,
Lembro de uma canção.
Quando tento criar emoção,
Recordo o instante de um livro.
Quando sonho sem sentido,
De nada vale procurar a saída,
O labirinto é infinito.
Nem com o sonho acaba.
Pega atalho, mais nada.
Nem sonhando, eu me acho.
Quanto mais me aprofundo,
Mais superfície.
Quanto mais montanhas escalo,
Mais o chão é planície.
Falsamente pacífica,
Estranhamente constante,
Infinitamente distante.
Trivial.
Lembro de uma canção.
Quando tento criar emoção,
Recordo o instante de um livro.
Quando sonho sem sentido,
De nada vale procurar a saída,
O labirinto é infinito.
Nem com o sonho acaba.
Pega atalho, mais nada.
Nem sonhando, eu me acho.
Quanto mais me aprofundo,
Mais superfície.
Quanto mais montanhas escalo,
Mais o chão é planície.
Falsamente pacífica,
Estranhamente constante,
Infinitamente distante.
Trivial.
Vazio
Algúem,
me escute daí de onde está.
Alguém,
me responda de uma forma qualquer.
Alguém,
dentro de mim ou fora.
Alguém,
pra estar sempre sem ir embora.
Alguém,
pra tocar sem demora.
Alguém,
pra inventar e ser.
Alguém,
escuta meu chamado,
alto, daqui de baixo,
um brado de sussurro,
mudo de palavras,
surdo de gritar
no eco, no escuro...
Alguém,
que diabo há!?
que quem deveria estar não está
e quem já foi não quer voltar
sequer pra me buscar.
Eco...
Alguém
pra despertar sedução,
do tipo que houv,er (será?),
pra vida ou pro delírio.
Bedita alucinaçao!
Alguém
pro coração acompanhar,
no compasso, ritmo, tudo.
Alguém no mundo
pra esquentar a primavera de outubro
e a carência do blusão
fofo, de lã tenra
e bordados a mão...
Alguém pra servir de roupa,
de textura mais lisa
com cheiro de xerém
e finura de maizena...
Alguém
pra ajustar a silhueta
cheia de carência...
cheia de lã, coberta, paciência...
cheia de esperar por alguém.
Alguém?
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