quarta-feira, 27 de maio de 2015

Estrela

Estrela, estrela
tu riscaste o céu por brincadeira
eu, ingênua, acreditei

agora vivo de esperas
(amanhãs que não chegam)
e temo pedir ao destino
os pedidos que em mim carrego

e ele entender-me mal
dar-me precipício por paixão
cárcere por amor
solidão em lugar de paz

então, não pinto o olho do gato japonês
não escrevo meus desejos num papel
não peço nada ao Papai Noel
sequer pulo onda em réveillon

depois que tu, estrela cadente
fizeste-me aquela desfeita
fiquei muito tempo à espera
à espera de amanhãs

hoje vou queimando janelas
indo direto ao ponto
já não creio em receitas ou rezas
bruxa, feitiço, poção

que solução, senão esta
se encontro portas fechadas
jardins encobertos de névoa
migalhas de coração.

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