segunda-feira, 24 de junho de 2013

Em paz

A paz... uma desconhecida.
Eu quero morrer em paz. Porque em vida...
O corpo fervilha, o coração pulsa, os olhos piscam, os punhos: em punho, em riste.
Eu não quero morrer.
(Eu só quero morrer).
Quero correr por entre as trevas do ontem. Sumir nas entranhas do desconhecido.

Eu não sei viver em paz. As paixões me castigam: o corpo, este inimigo da paz - este voraz combatente da tranquilidade e da boa consciência - treme. O suor pinga.
A cabeça lateja mais numa veia. De tal maneira que, hora ou outra, pode bem explodir.
Massageie minhas têmporas com força.
Não é suficiente um toque ou um carinho. Não. Mastigue com dedos frios esta veia latente, latindo na minha mente como um cachorro raivoso, uma cadela no cio.

Agora torça meus cabelos entre suas mãos, puxando um pouco o couro cabeludo. Estique minhas ideias. Dê a elas um pouco de sentido, uma justeza qualquer, nem que sejam os fios comprimidos neste puxão quase agressivo.
Não consigo ter paz. Não consigo.
Penso no amanhã com furor e mágoa.
Queria só o agora. O agora para sempre

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