Quando chove no verão, depois de toda aquela sensação de sufocamento e calor, os poros inundados de suor, a cabeça rodando devagar, slow motion, então começa a ventar. E é um vento maravilhoso, refrescante, apesar de nada comedido, quase agressivo, eufórico. Mas é um vento de frescor, de alegria, de fôlego. É o vento da chuva que se aproxima e que levanta a poeira e traz pras narinas o cheiro de terra molhada que a quase todos agrada. Então, aquela sensação de calor vai sendo tomada por outra, tão bem vinda, reconfortante, almejada. Alguém se lembra de fechar as janelas, mas para quê? É só água! E seca, e evapora, da mesma maneira que a água salgada depositada na pele encrudesce: seca e miúda, na tez aliviada. Deixem as janelas abertas! E pinga, pinga dentro da casa. A chuva também agrada às paredes esturricadas, ao chão trincado pelo calor autoritário, dominador. E então venta, o vento de chuva macia, que percorre o imóvel, atravessa as janelas em corrente. Há pingos pelos cômodos e pessoas aliviadas, debruçadas nas janelas. Está molhando aqui dentro, alguém grita. Mas deixe, deixe que molhe! A chuva é bem vinda, e logo passa, logo seca. É só água, que nada estraga, só alivia.
Quando cai a chuva eu gosto da chuva que cai !
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