quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Teclas

Escrevo apertado demais para canetas grossas. Gosto das Bics. Mas, para ser sincera, há tempos me machuco com todas. Aperto demais entre os dedos, e no papel. E dói. Falta de hábito. Hoje em dia, escrevo mais teclando. Como a maioria no mundo. Mas continuo achando mais charmoso escrever à mão. Porque a letra também revela a emoção. Às vezes as idéias vêm tão lépidas, que a letra treme, garrancheia. Pra que não se perca o miolo, a essência do poema, do pensamento. Adoro preencher um caderno inteirinho. Sem pular uma folha sequer, sem deixar um espacinho em branco. Preenchendo tudo com palavras. Com letras, de preferência, perfeitas. Batendo em ambos os paralelos da linha, como num caderno de caligrafia. Da mesma forma, gosto de gastar as canetas até o fim. Sinto prazer em ver uma caneta que cumpriu totalmente a sua missão. Escrevendo até que nenhuma gota de tinta sobrasse inútil. A carga vazia. Hoje, eu preferiria um caderno de folhas brancas e largas. Fáceis de manusear e de preencher fartamente. Mas escrever à mão dói ainda mais.

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