sábado, 8 de janeiro de 2011

Tim-tim! Um brinde


Tim-tim! Um brinde
Espumas que sobem na taça
E que descem na goela
E que pairam nas águas
Tim-Tim! Um brinde
Mais um ano que passa
Outro número que estréia
Na folhinha pendurada
Mas os sonhos são os mesmos
Nas sete ondas puladas
E a espuma da champagne
Parece com esta que vem e vai
Mas a espuma do mar é salgada
E café de paris é doce
Doce como beijo roubado
Tim-tim! Um brinde
Já não lembro mais o que há
O que houve, o que será
Em prece, rogo aos ventos
Aos deuses, ao momento
Em que o ano muda de nome
E tem o condão de renovar
Tim-tim! Um brinde
As lágrimas também são água
Mas não servem pra abençoar
Sorrio então, com olhos secos
Pra receber bênçãos
De Iemanjá
E há tanto branco no escuro
Roupas que, como velas
Iluminam a meia noite
De olhos duros como os meus
Que não querem molhar
Tim-tim! Um brinde

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