sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Confesse


O sentimento que se confessa
Nem sempre se manifesta
Às vezes, declará-lo
É o instrumento único
Pelo qual se externa
Mas está ali
E como todo o início
É a raiz, o alicerce
Pode ser discreto
Quase imperceptível
Mas enquanto tudo gira
Ele fica
E em torno há coisas que crescem
Coisas que fenecem
Coisas que se quebram
Coisas que não prosseguem
Por quê?
Quem irá saber?
Se já se esqueceu
Da confissão inicial
Da declaração motriz
Para que se compreendesse
O mistério, o engenho
O mecanismo que rege
O ser que nela se ergueu?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Tudo o que eu sempre quis


quando aquilo que eu sempre quis
me alcança
minh'alma foge
não quer estar aprisionada
nem no amor, nem em nada
e tudo o que eu tanto peço, passa
na verdade, se sou feliz 
na infelisciência de me saber só
é só porque a solidão
é a porta aberta pro acaso
que ora me conduz, ora me seduz
ora me abandona à própria sorte
que sorte?
- coincidências não existem -
assim como não acabam 
a cada novo achado
assim como não sucumbem 
à ilusão alheia
e não bloqueiam a ocorrência
de outras coincidências

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A cor dos meus sonhos



Vou me atirar do precipício do seu beijo
E mergulhar no mar
De cor azul, como seus olhos
Ou será verde?
- Já não sei mais -
Mas como é possível?
Se tudo o que faço
É lembrar?
Se não durante o dia
À noite, em sonho
Em que nada é ilha
Em tudo há ponte.